Desde que eu me conheço por gente, sempre gostei de “inventar moda” (minha mãe chamava assim). Adorava cortar as coisas e colar, me lembro de passar horas cortando roupinhas de papel para trocar a roupa da Barbie, alguém lembra disso?
E os cadernos de colorir, minha meta era não ultrapassar a borda, e aí teve a moda de fazer a borda de canetinha com a mesma cor do lápis que usou dentro.
Fazia a casinha das bonecas com os blocos de lego, usava os lenços da minha mãe para fazer saias de princesa para mim, quase nunca me deixava cortar. São tantas coisas que criei, com massinha, com rolo de papel higiênico, com embalagens, etc.. Era do tipo que via “X-tudo” e saia fazendo o que ensinavam no programa.
Na adolescência resolvi fazer pulseiras de miçanga, estava na moda e todos queriam, eu fazia e revendia para as minhas amigas. Tinha até uma sócia no começo, mas não deu certo.. rs
Um pouco mais velha investi em materiais e fazia colares, pulseiras, anéis e brincos, mas eu não dava tanta importância, não gosto de bijus enormes e cheias de contas, sou básica ouro e prata, então não fazia o que gostava.Sempre me meti nos artesanatos da minha mãe, com caixas, telas... e na hora da compra das peças e materiais. Foi aí que tudo começou, até que um dia fui em uma loja lá em Americana e vi umas coisas lindas e me falaram que era material para Scrapbooking, lembrei que já tinha ouvido falar daquilo em algum filme e morri de vontade de fazer, mas achei tudo tão caro que acabei desistindo. Dali em diante, todas as vezes que íamos lá eu ficava namorando aquelas peças e a minha mãe dizia “Compra filha, faz alguma coisa para você.” e eu não comprava, pois não sabia sobre o que fazer e não queria gastar dinheiro a toa. (off topic) A minha mãe sempre apoiou as minhas doidices, incentivou a minha criatividade e até usava as coisas que eu fazia como se fosse tudo lindo e maravilhoso. Aprendi com ela, que o dinheiro deve ser bem administrado para nunca faltar, mas que a gente pode se dar ao luxo de comprar coisas só para ver um filho, irmão, quem a gente ama, e até a gente mesmo, sorrir. Acho que veio daí o meu prazer em personalizar coisas e dar presentes, as pessoas amam ser lembradas e todos amam presentes, e vamos combinar que melhor que ganhar presente é a alegria de alguém abrindo um presente que a gente deu, quer dizer... quando é feito por você é melhor ainda.(off topic)
Em 2009, tive um aniversário de uma priminha, ela ia fazer seu primeiro aninho, vi a oportunidade perfeita. Sem ideia nenhuma de como fazer, comprei um quadro, papéis, cola e fui pra casa. Olhei vários sites com dicas, vi o projeto de outras pessoas e percebi que só com o que eu tinha comprado, não dava para fazer um quadro de Scrapbook. Pelas várias coisas que já tinha me metido a fazer e tudo o que a minha mãe fazia, tinha um milhão de materiais em casa que serviriam para decorar o quadro, quando via em filmes era assim que as pessoas faziam, pelo menos Scrap significa materiais reciclados, reutilizados. Encontrei fitas, botões, outros papéis e letras que meu pai tinha de escrever em painéis que iniciavam gravações de filmes (?)...
(off topic) O meu pai sempre teve mania de comprar novidades, ele fazia muitas viagens e sempre trazia algo diferente de lá. Lembro que tínhamos projetor de slide, de filme de rolo, vários filmes da Disney, mini golf, jogo de criquet, e mais um monte de coisas. Ele tem 77 anos e não vive sem seu Ipad com acesso a várias redes sociais. Nem preciso falar que foi aí que veio minha atração por novidades e tecnologia, a dificuldade é não se deixar levar por algo novo e deixar os antigos de lado, é acrescentar e melhorar.(off topic)
Todos adoraram e comecei a receber algumas encomendas, dei várias coisas de presente, criei uma legião de fãs (mãe, pai, irmãos e amigos... rs) montei uma página no elo 7, comprei e ganhei várias ferramentas, adesivo, fitas, papéis e a minha linda e amada slice.
Mas durou pouco, eu fazia faculdade de publicidade e o que eu vendia não dava para me manter (eu gastava tudo com mais materiais e novidades). Fui atrás de um estágio, entrei na empresa e parei de mexer com qualquer coisa de scrapbook. Fiquei na área de web da empresa, mexendo com marketing digital, nada com papel, tesoura e cola, mas com muita criatividade e inovações. Aprendi muito sobre marketing, sobre e-commerce, negócio e em pouco tempo fui efetivada e promovida, tudo fazia sentido e eu até era referência por lá, mas algo sempre ficou faltando.
Fui à um evento sobre liderança feminina e ouvi mulheres poderosas falando das empresas que tinham construído, falando sobre o público feminino, sobre projetos sociais e percebi que eu queria ser uma daquelas mulheres. Ter a minha própria empresa, me engajar em projetos sociais, ter o público feminino como principal foco, fazer algo inovador, mas para isso deveria ser alguma coisa que eu amasse e que tudo que eu fizesse fosse como se eu tivesse fazendo para mim. Contei tudo isso para uma amiga do trabalho e ela falou “você não fazia scrapbook? Por que não volta a fazer?” e aquilo me veio como um tapa na cara e soou como “Sério, você não sabe o que fazer? Sabia o que fazer antes, tinha talento e agora esta rejeitando?”. Cheguei em casa e contei para o meu namorado, ele falou “Volta a fazer scrapbook.”, mas eu só conseguia pensar “cara, o que eu deixei passar?” e toda essa história me incomodou muito.
Um belo dia, cheguei do trabalho e falei “Vou abrir uma empresa de scrapbook, vou vender material e dar dicas de como fazer.” Coloquei alguns(off topic) Meu namorado é o cara mais especial do mundo, ele me apoia em tudo o que eu quero fazer, acha tudo que eu faço lindo e maravilhoso, gosta de dar dicas e participar desse meu mundo, não liga de passar horas comigo vendo coisas de scrap em lojas, sites e no pinterest. É ele que me da a energia para continuar quando a pilha da fraca.(off topic)
Aproveite, esse é o nosso cantinho de inspiração!
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